quinta-feira, 16 de abril de 2009

Bateu e não pagou.




Bater o carro sempre dá um ótima sensação de investimento. É um dinheiro bem gasto, sem dúvida. Pena que eu nunca tenha aproveitado a oportunidade de aplicar muito bem neste ramo. De todas as vezes que eu bati o carro da minha mãe, nunca deu mais de trezentos reais de conserto.

Mas meu irmão não. Sempre que ele pode, ele bate. E bate bonito, deixa tudo amassado, nada que não saia por menos de 2.000 reais. E foi o que aconteceu.

Ele teve a pachorra de amassar as duas portas do lado do passageiro sem amassar o resto da lataria, o que por si só ja é um milagre. Quando eu cheguei em casa nesse dia, ele estava chorando em um quarto e minha mãe em outro, minha mãe de tristeza e ele... de malandrão mesmo. Ele JUROU que bateu em um carro depois de abrir caminho para uma ambulância. O motorista do carro em que meu irmão bateu, percebeu na hora a vocação dele em salvar os doentes e enfermos, e por isso o perdoou, não o responsabilizando pela batida. Uma história linda.

No fundo, eu sabia que o meu entraria na reta também, principalmente quando minnha mãe estava choramingando e me perguntou:

- Filho, quanto dinheiro você tem?

Meu irmão, é claro, não tinha um centavo para pagar o prejuízo que causou. Meu dinheirinho que eu guardava com tanto suor, finalmente encontrava um destino que realmente valesse a pena.

Pois bem. O tempo passou, meu pai fez questão de deixar o carro o máximo de tempo batido e minha mãe promoteu nunca mais dar o carro na mão de nenhum de seus filhos. E é claro que ela o fez.

Após um mes e meio ela resolveu conserta-lo, e então chamou XAMPÚ, o funileiro. Xampú é praticamente um membro da família, pois desde que meu irmão fez 18 anos, o carro tem passeado várias vezes pela oficina dele. Um dia eu até cheguei em casa e ele estava lá almoçando com minha mãe, falando sobre as estripulias que o filho dele de 13 anos fazia com a moto. Grande Xampú.Pra mim já não fazia diferença nenhuma, eu não ia mais pegar o carro mesmo...

Depois de mais de uma semana de espera, o funileiro chega em casa para acertar com minha mãe, os dois se sentaram na mesa e eu me retirei do recinto, antes que sobrasse pra mim.

Sobrou. Depois de o funileiro ir embora resolvi compadecer do prejuízo dela, e perguntei:

- E aí mãe, quanto deu o conserto??

- Deu mil reais..

Então ela parou para pensar um segundinho, me olhou e disse em tom ameaçador:

- AGORA VOCÊ VAI LÁ NO SEU COFRINHO, PEGA MIL REIAS E ME DÁ AGORA.

Eu fiquei sem reação. Na hora hora, a única reação que consegui esboçar foi dar uma gargalhada bem gostosa:

1) Por não acreditar no que ela me dizia.

2) Por achar, no mínimo, bem humorada a proposta dela de me culpar por um prejuízo que eu não causei, me aplicar um castigo severo, e ainda me fazer PAGAR MIL REAIS para recebe-lo.


No final das contas, ela compreendeu que não era muito legau tirar o que um tem guardado para pagar o que o outro perdeu. Então ela fez o que acho que tinha de ser feito. Arrancou dinheiro do meu pai.

minha mãe é demais.
beijos.

3 comentários:

anê disse...

caramba, AINDA bem que ela teve uma crise de consciencia né e resolveu arracar dinheiro do seu pai hahahaha

amigo do tarcísio disse...

o XAMPÚÚÚÚÚÚ é o melhor funileiro que esse brasil ja viu

' K. disse...

haushuashuahsuas...seu blog é foda! :x
e sua mãe foi um tanto louca...sorte que ela mudou de idéia !!