terça-feira, 31 de março de 2009

Meu pai. Um estranho no ninho.



Meu pai é um típico cidadão de bem. Paga seus impostos, trabalha com camisa pólo meio desbotada e usa um bigode grisalho, no alto dos seus 44 anos. Faz um enorme esforço para ser gentil e atencioso com seus colegas de trabalho, com seus clientes, com o irmão da igreja. Não gosta muito de falar, não é muito o hobbie dele. Mas à vista da sociedade, é um homem como outro qualquer.

Em casa, no entanto, este assume uma personalidade conhecida por poucos, que expõe toda a sua ranhetice, preguiça, gênio forte, falta de diálogo, falta de expressão e os gases mais fedidos do hemisfério ocidental. Em casa ele não é Mauricio, ele é apenas Mau.

Ele não tem sentimentos.
Ele não tem emoções.
Ele não demonstra afeto.
Ele não demonstra carinho.
Ele não demonstra nada.

Traços típicos da sua personalidade, como evitar pagar as contas, ignorar diálogos familiares, deixar o carro da família quebrado por semanas (pois ele usa o da empresa), não pagar a conta do mercadinho e esconder o barbeador no guarda roupa, deixam claramente à mostra uma armadura com a barriga sobresalente e à prova de todo tipo de relacionamento social.

Toda armadura, logicamente, possui uma falha, e não há nada que que possa prostituir melhor o meu pai que uma boa massagem no pé cascudo dele. E é assim, entre massagens no pé, flatulências e caras de desaprovação que vamos vivendo ao lado dessa figura pitoresca e bigoduda que habita no meu pai.

Seja Bem-vindo ao universo de Mauricio.

4 comentários:

Jonh Oliver disse...

bem interesante e inedito seu blog^^

Rafael C. Costa disse...

hahahaha caralho!!! mto bom

Ivan C. Nunes disse...

sensationssssss ;D

amigo do tarcísio disse...

era algo quase terapeutico almoçar na mesma mesa que o Seu Maurício.